Hoje ele faria 90 anos mas, desde os 65 não está mais aqui.
Como já disse antes, sua marca principal era sua alegria de viver! Acho que herdei isso dele, entre tantas outras coisas!
Não herdei seu espírito aventureiro, com certeza! Foi à guerra porque queria conhecer outra vida, além do seu mundinho de moço pobre do interior. Não precisava: era arrimo de família! O filho mais velho de minha avó! Quer dizer, mais velho do último casamento!
Mas foi! E gostou, apesar de ter sido baleado! Fazia parte de suas histórias, que a gente não cansava de ouvir!
Entre as lembranças que guardo, a fila para cortar as unhas da meninada (somos cinco filhos!), com a tesourinha que, para nós, era mágica: dobrava e desdobrava em suas mãos!
Os passeios na camionete nova, assim, meio sem rumo, onde ela nos levasse...
O orgulho que tinha dos filhos estudando - coisa que ele não pode fazer! Autodidata, falava italiano, "arranhava" o inglês e não se apertava nunca! Sempre dava um jeitinho de se fazer entender!
O orgulho que tinha dos filhos estudando - coisa que ele não pode fazer! Autodidata, falava italiano, "arranhava" o inglês e não se apertava nunca! Sempre dava um jeitinho de se fazer entender!
Quando achou que era a hora de vir pra "capital", pegou os livros dos filhos, pediu ajuda daqui e dali, estudou e passou no concurso pra fiscal estadual. Naquela época, um dos mais concorridos e difíceis de se conseguir!
Ainda guardo seu último olhar ao se despedir de mim, para entrar no avião que o traria de volta ao Brasil, depois de um tempo comigo na França. E, principalmente, guardo suas palavras: -" Você está de parabéns! Você e seus filhos! Estou muito orgulhoso de você!"
Um mês depois ele partiria para sempre...
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